terça-feira, 8 de outubro de 2013

Desejo maciço, Vontade perene


O tempo passa rapidamente enquanto te repousas quieta e desnuda sob meu peito.
Embora lá fora todo o mundo exista, aqui não há razões para acreditar em tal afirmação.
Nossos corações ainda em um só ritmo, fora de órbita vagueando entre desejos e afirmações do corpo, da alma, de dois, de um, de nós.

Enquanto teu corpo branco refletia sobre mim a voracidade da urgência com que tudo acontece para nós, esse desejo maciço, essa vontade perene, me invadiam pouco a pouco a cabeça, habitando de forma desleal as paisagens que desfilam por entre os meus dias e noites.

A inquietação me consome enquanto buscas entre os olhares o meu beijo, enquanto me desejas e me consome, eu te devoro e me misturo, somos um entre gritos e sussurros, entre a explosão e a calmaria.

A tarde parece enrubescer para nos contemplar à meia-luz, vestida de vermelho, enquanto brindamos a sós um brinde que ninguém vai desfrutar, e cantamos uma canção que só nós sabemos, a melodia dissonante desse desejo que só nós sabemos como é à noite repousar sobre ele, e acordar emaranhado em seus braços indistintos com um sorriso estampado na pele, e a incoerência de desejar sempre mais.




Milfont, Gustavo

Recife, 09 de outubro de 2013 as 01:09


"Se embaraça comigo, sorri do jeito desastrado que eu tento esconder..."

:)

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