quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Vestigant

Ajoelhei-me diante do arcanjo e supliquei por sua espada,
O golpe veio, feriu, matou, libertou...
Retornei fora de mim, com o grito solto de uma voz que já não se ouvia,
e parei defronte do altar erguido em louvor à uma pureza quimérica, e orei pela última vez.
Terminada a oração, enxugadas as lágrimas que não vieram, era o tempo de acabar
com o tempo da beatificação.
Pedi perdão e permissão à Deus, ergui a clava, veio o golpe, peractum.
Nada resta além de humanidade.
Vitiis nemo sine nascitur.

Levantei-me, tirei a poeira, sorri.
Deixei de lado a antiga máxima, o que era velho,

e abri os braços para o novo:
 É hora de esquecer o ditado, Vanitas vanitatum, et omnia vanitas,

Não existe culpa, existem diferenças.
Não existe errado, existe humanidade.
Vincere cor proprium plus est quam vincere mundum.

Aprendi a voar.

Recife, 20.09.13


:)

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